segunda-feira, 28 de maio de 2012

Quando a primeira postagem leva três anos...




Exatamente. Faz cerca de três anos que eu criei esse espaço. Eu escolhi seu nome, eu escrevi seu subtítulo e fiquei contente com o resultado. Mas ele continuou como uma página em branco de redação em que você já escreveu seu nome e a proposta em letra bonita e caprichada, mas que não sabe por onde começar.


Culpo a minha insegurança em primeiro lugar. O medo de como as pessoas vão me interpretar, o medo de, como leiga que sou, falar alguma bobagem. Gosto de escrever. Não, não gosto, eu amo escrever. Escrever é minha forma de sentir. Quando escrevo algo, quer me faça bem, quer me faça mau, sinto como se estivesse finalmente livre daquilo. Aquele pensamento, aquele insistente cutucar mental cessa. E eu posso, finalmente, respirar tranquilamente. Até o próximo pensamento perturbador, claro. Nunca tive necessidade de publicar aquilo que escrevo. Vez ou outra mostro a alguém, mas 99% do que escrevo segue em uma folha de papel ou em um arquivo de texto, preso e quieto, uma pequena parte de mim que extraí, facilmente ou com dificuldade, para dar espaço a uma nova parte.

Fatalmente algumas coisas acabam por ir para o lixo. Acidentalmente, quando não são bem cuidadas, ou porque simplesmente não penso mais assim, não quero essas partes de mim por perto. Não me entenda mal, não sou alguém volúvel. Sou apenas mutável. Mudo de opinião, sim, mas espero estar sempre o fazendo para melhor. O que não quer, de forma alguma, dizer que estou certa. Discutir é uma de minhas atividades preferidas, mas infelizmente conheço pouquíssimas pessoas que sabem fazê-lo. É uma pena.

Não sei se você, que nesse momento me lê, se perguntou por quê, depois de três anos, finalmente decidi escrever na minha caprichada folha de papel em branco. Principalmente considerando que nunca tive essa necessidade de ser lida.

Confesso não saber muito bem. Acredito que existem pedaços de mim, talvez também de você, que, ao serem extraídos, requerem mais do que um espaço para descansar. Alguns pedaços de nós tem a necessidade de se mostrar, de falarem a alguém que, mesmo que gritássemos, não nos ouviria. O blog me parece uma daquelas garrafas com mensagens que se vê em livros e filmes. Mesmo sem saber quem, ou se alguém, vai ler, a excitação de pensar que isso pode, em algum lugar no gigantesco oceano da internet, fazer bem e te ligar a outra pessoa, vale a pena.

Alguns pedaços de mim, no entanto, seguirão querendo ser apenas meus, ou apenas meus e de uma pessoa ou duas mais. E esses, infelizmente, por mais que eu lute, jamais conseguirei compartilhar por qualquer meio que seja. Confortavelmente, culparei minha insegurança por isso.

Espero que você encontre aqui algo que busca, mesmo sem saber. Tentarei mostrar minhas muitas facetas e, talvez, uma delas faça você se identificar. Nunca se sabe o que está escrito no pedaço de papel que navega oceano adentro numa garrafa de vidro.

3 comentários:

  1. Que alegria ver este blog despertar!!
    Compartilho contigo vários pontos. A insegurança em escrever e não saber como será interpretada, também de sentir essa necessidade de escrever para externar os sentimentos e, ao mesmo tempo, deixar os textos esquecidos até que são excluídos por não pensar mais daquela forma..
    O mais legal, e acredito que tu atingiu teu objetivo, é saber que tem mais gente passando pelas mesmas inquietações; que alguém nesse "oceano" também pensa parecido! |o| não sou um ET. hahah
    Obrigada por compartilhar isso tudo conosco! Invista sem medo, menina. Escreves muito bem!!!
    beijo!!

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  2. Parabéns pelo começo, querida. Três anos não é muito tempo, não. Bjs

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  3. Didica, que espaço mais lindo!!! Adorei tudo.
    Parabéns por começar, aos poucos acho que tu vai perdendo o medo e se jogando mais. Eu tb tenho medo de escrever algo e "não ser bem aceito", tb rescrevo mil vezes e as vezes jogo fora, ponto final!
    Aposto que mtas outras pessoas se identificarão com vc.
    Beijocas

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